terça-feira, dezembro 23, 2008

Meu mapa de riscos

Eu não tenho afinidades com a exatidão. Meu campo semântico não é este. Admiro a perfeição quase poética dos números como um recém-nascido admira uma sinfonia: sem indiferença, mas também sem entender o que se passa.

Talvez por essa razão, eu não saiba calcular riscos. Apaixono-me pela beleza de rostos inexatos, sorrisos apinhados de promessas, barbas por fazer... Aventuro-me com signos e senões, incertezas de amor e juras impossíveis. Evito prometer-me ao amanhã. Consagro-me ao instante.

Sou dada ao instantâneo e ao fugaz. Os prazeres da carne alimentam o espírito. O orgasmo e o êxtase místico me são parelhos. Guardo nos descaminhos de minha pele todos os altares. Comungo a hóstia de muitas carnes, nos corpos de todos os meus Cristos.

Se sou pregada à cruz da desilusão, bebo o vinho tinto de sangue que celebra o torpor; depois misturo hóstia e absinto. E lembro nas palavras as dores, para esquecê-las em mim. Assim é meu mapa de riscos.

2 comentários:

Mayara Oliveira (Colérica) disse...

nossa amei seu comentário no meu post "na cama com vinicius de morais" me deixou bem feliz!!

mas se n é a jessica do teatro...que jessica é??? me conhece? rs

beijos e obrigada mesmo

Mayara Oliveira (Colérica) disse...

eu já comentei aqui mas n me contive e tive que ler iso denvo de verdade acho que foram as palavras que mais me descreveram...posso colocar no meu perfil?? deixo seu nome claro ;)
beijos